Veículos Elétricos e Rumores de Incêndio: Fatos e Mitos

Introdução

Não é novidade que o lítio, presente nas baterias dos veículos elétricos, é um material 
volátil e suscetível a incêndios. Desde o início do uso de baterias de lítio, essa 
preocupação tem sido uma constante. Contudo, os avanços tecnológicos estão trabalhando 
para que esse risco se torne algo do passado. Um exemplo é a recente descoberta da 
BYD: um líquido chamado fósforo de potássio, que, ao ser colocado na bateria, evita que 
ela pegue fogo em caso de perfuração. Assim, a bateria não se incendeia.
Rumores Sobre Incêndios Durante a Recarga
Há rumores de que os veículos elétricos podem pegar fogo durante a recarga. Na verdade, 
isso não passa de um mito. Para que isso ocorra, seria necessário um superaquecimento 
dentro da bateria, algo extremamente improvável devido ao sistema BMS (Battery 
Management System) que monitora e controla todas as entradas e saídas de energia, além 
de outros fatores externos. Em caso de colisão, o sistema de gerenciamento de bateria 
automaticamente corta a energia, evitando riscos. As montadoras estão desenvolvendo um 
sistema que desliga o BMS após uma colisão, interrompendo o ciclo e eliminando o risco 
de incêndio.
No entanto, se o veículo estiver a mais de 190 km/h e sofrer uma colisão, o fogo é uma 
possibilidade, pois o impacto geraria eletricidade suficiente para causar um incêndio. É 
importante destacar que, embora o risco exista, ele está ligado a condições muito 
específicas e extremas.
Avanços na Segurança Contra Incêndios
Estamos em um momento de grandes avanços no campo dos veículos elétricos. A verdade 
é que, embora os veículos elétricos possam pegar fogo, existem padrões e regras de 
segurança que, quando seguidos, minimizam drasticamente essa possibilidade. No 
momento da recarga, por exemplo, pode haver uma pane, mas pegar fogo é altamente 
improvável, já que o BMS desliga automaticamente a carga excedente vinda do carregador 
ou da unidade de recarga.
Na Alemanha, está sendo desenvolvido um sistema a gás específico para apagar incêndios 
em veículos elétricos. Embora ainda não haja uma data de lançamento ou de venda desse 
sistema, ele representa um passo significativo em direção a uma maior segurança.
Comparação com Veículos a Combustão
É essencial compreender que veículos a combustão também correm o risco de pegar fogo 
em caso de colisão, especialmente se o impacto ocorrer na área do tanque de combustível. 
Isso coloca ambos os tipos de veículos em um dilema sobre qual seria mais vantajoso em 
termos de segurança. A meu ver, o veículo elétrico apresenta uma menor probabilidade de 
incêndio em comparação com os veículos a combustão. Inclusive, estão sendo 
desenvolvidas aeronaves elétricas, que, em caso de queda, não carregariam o excedente 
de 10 a 30 mil litros de combustível, um fator que faz toda a diferença.
Conclusão
Todos os aparelhos eletrônicos têm alguma propensão a pegar fogo, embora isso não seja 
uma regra. Da mesma forma, os veículos elétricos têm uma probabilidade de incêndio, 
como qualquer componente elétrico. Contudo, ao seguir normas e regras de segurança, 
essa probabilidade é extremamente baixa. Os estudos e avanços tecnológicos continuarão 
a trazer novas resoluções e soluções para garantir que os veículos elétricos se tornem 
ainda mais seguros.

 

Sobre o Autor:

Palestrante Telles Martins é um colunista e designer, especialista em carros híbridos e elétricos, conhecido por seu profundo conhecimento em veículos autossustentáveis e design automotivo. Com vasta experiência no setor, Telles é uma voz influente na discussão sobre inovação em mobilidade urbana e sustentabilidade veicular.