Panorama Atual do Mercado Automotivo Brasileiro: Crescimento dos Híbridos e Elétricos

O Avanço dos Veículos Elétricos e Híbridos no Brasil

O mercado automotivo brasileiro está passando por uma transformação significativa. Embora os veículos 100% elétricos ainda enfrentem limitações de infraestrutura, o crescimento da frota híbrida e eletrificada é consistente e estratégico, trazendo benefícios tanto para o consumidor quanto para o meio ambiente.

Crescimento proporcional: combustão, híbridos e elétricos

Atualmente, cerca de 20% das vendas no país correspondem a veículos elétricos puros (BEV), 30% a híbridos (HEV e PHEV) e 50% a modelos com motor a combustão interna (ICE).

Essa mudança no perfil de consumo está diretamente ligada a incentivos fiscais, isenção de IPVA, expansão da rede de recarga e aumento dos preços dos combustíveis.

Incentivos fiscais e impacto nos preços

Nos últimos meses, o governo federal e alguns estados reduziram a alíquota de importação de veículos elétricos de 40% para 10%, enquanto a dos híbridos caiu de 40% para 20%.

Exemplos práticos de impacto nos preços:

Essa mudança tornou os modelos importados mais competitivos. No segmento de elétricos, alguns modelos mantiveram seus preços estáveis, como o BYD Dolphin Mini de 4 e 5 lugares. Já o BYD Dolphin e o Dolphin Plus sofreram reajuste de R$ 10 mil, enquanto o BYD Seal teve aumento de R$ 40 mil.

Entre os híbridos, houve reduções expressivas. O BYD Song Plus DM-i, por exemplo, caiu de R$ 269 mil para R$ 139 mil. O GWM H6 também teve queda significativa em versões de entrada. Outros modelos mantiveram preços estáveis, como o ORA 03 da GWM e o BYD King, que oferece mais autonomia que o Corolla Hybrid.

Avanço dos elétricos: política, tecnologia e economia

O carro elétrico vem ganhando espaço principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde há maior disponibilidade de pontos de recarga e políticas estaduais favoráveis.

Estados como São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Minas Gerais oferecem isenção total ou parcial de IPVA para veículos elétricos e redução proporcional para híbridos.

Meta ambiental: fim dos combustíveis fósseis até 2030?

O Brasil está alinhado à agenda da ONU para redução de emissões. A previsão é que, até 2030, os veículos 100% a combustão sejam gradualmente retirados do mercado, começando pelas grandes capitais.

Carros a combustão: domínio atual, mas prazo de validade curto

Marcas como Jeep ainda lideram o segmento de combustão, com modelos como Commander e Compass. No entanto, esses veículos já não são vistos como inovação, pois o mercado caminha para a eletrificação.

Quem compra um carro 100% a combustão hoje está adquirindo um produto com prazo de validade ambiental e regulatório.

Economia no bolso: o elétrico “se paga” com o tempo

A economia com combustível é um dos principais atrativos dos elétricos. Em média, um motorista gasta R$ 2.200 por mês com gasolina ou etanol, enquanto um carro elétrico abastecido em rede pública consome cerca de R$ 325. Com um carregador Wallbox em casa, o custo cai para aproximadamente R$ 210 mensais.

Essa diferença pode, em muitos casos, cobrir a parcela mensal de um carro elétrico novo.

Conclusão: o futuro já começou

O mercado de híbridos e elétricos no Brasil não é mais uma promessa é uma realidade. Com incentivos fiscais, políticas ambientais e uma lógica econômica cada vez mais favorável, a tendência é que os modelos a combustão se tornem exceção em poucos anos.

Para quem busca autonomia, economia, sustentabilidade e segurança, os veículos elétricos e híbridos já representam a melhor escolha em 2025.

Sobre o Autor

Telles Martins é colunista, palestrante e designer, especialista em carros híbridos e elétricos. Reconhecido por seu profundo conhecimento em veículos autossustentáveis e design automotivo, é uma voz influente na discussão sobre inovação em mobilidade urbana e sustentabilidade veicular.